Nos últimos anos, a ansiedade entre adolescentes tornou-se um tópico de atenção crescente no Brasil e no mundo. Estudos recentes destacam um aumento alarmante dessa condição entre os jovens, intensificado pela pandemia da COVID-19. De acordo com um estudo da Sociedade Brasileira de Pediatria de 2022, um em cada cinco adolescentes no país enfrenta algum grau de ansiedade.
A adolescência, por si só, já é uma fase de intensas transformações físicas e emocionais. No entanto, pressões adicionais, como o desempenho escolar exigente, o impacto das redes sociais e a incerteza sobre o futuro, agravam a situação. Dr. Fernanda Lima, psicóloga especialista em saúde mental de jovens, destaca que “os adolescentes estão expostos a um volume de informações e expectativas sem precedentes, o que contribui significativamente para o aumento dos índices de ansiedade” (Lima, 2023).
Essa inquietação exacerbada não é apenas um desafio emocional; as repercussões podem se manifestar em várias áreas da vida de um adolescente. Problemas como insônia, dores de cabeça frequentes e dificuldades de concentração são comuns, podendo até mesmo levar a situações mais graves, como depressão ou pensamentos suicidas. Organizações como a OMS alertam que intervenções precoces são essenciais para mitigar esses riscos.
As redes sociais, em particular, desempenham um papel duplo: enquanto podem ser uma fonte de apoio, frequentemente contribuem para o sentimento de inadequação. Pesquisas indicam que essa plataforma se torna um palco para comparações constantes, intensificando a sensação de baixa autoestima entre os jovens.
Diante desse cenário, o papel dos pais e cuidadores é crucial. Especialistas sugerem práticas que promovem o bem-estar emocional dos adolescentes. Escutar e validar seus sentimentos é o primeiro passo. Além disso, incentivar a prática de atividades relaxantes, como yoga e meditação, pode ser benéfico. Limitar o uso excessivo de redes sociais também é uma estratégia aconselhada por psicólogos.
Os desafios da ansiedade juvenil requerem um olhar cuidadoso e ações práticas. Ao criar um ambiente de apoio e compreensão, podemos ajudar essa geração a encontrar caminho para uma adolescência mais equilibrada e saudável.
Referências:
1. Sociedade Brasileira de Pediatria. (2022). Estudo sobre a ansiedade em adolescentes.
2. Lima, F. (2023). Entrevista. Especialista em saúde mental, Universidade de São Paulo.
3. Organização Mundial da Saúde (OMS). Dados sobre saúde mental adolescente.